Paralisação de motoristas compromete transporte público em Campinas

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Campinas (SP) – Uma paralisação inesperada de motoristas do transporte coletivo municipal interrompeu parcialmente a operação de ônibus na madrugada desta quinta-feira (23/10), deixando milhares de passageiros sem condução nos primeiros horários do dia.

O que ocorreu?

O movimento teve início por volta das 4h, quando motoristas das empresas VB1, VB3, Campibus e Onicamp cruzaram os braços em protesto por atrasos salariais e benefícios. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Campinas e Região, o adiantamento (vale) que deveria ter sido pago no dia 22 não foi efetuado, e há atrasos acumulados há mais de três meses.

Medidas adotadas

Para mitigar o impacto à população, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) acionou o plano de emergência PAESE (Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente às Situações de Emergência), mobilizando veículos de cooperativas de transporte alternativo para atender os corredores principais da cidade (Amoreiras, Ouro Verde e Campo Belo). As linhas do serviço “Corujão” tiveram seus horários estendidos durante a paralisação.

Durante o evento, agentes da Mobilidade Urbana acompanharam as garagens desde a madrugada e monitoraram a demanda nos maiores terminais urbanos, como Itajaí, Campo Grande e Satélite Íris.

Desdobramentos futuros

A Emdec informou que prepara uma ação judicial com pedido de liminar junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) para garantir a circulação de 100% da frota em casos de novas paralisações. Em alternativa, a exigência mínima seria de 70% da frota nos horários de pico (5h-8h e 16h-19h) e 50% nos demais horários. A empresa também propõe multa diária de R$ 50 mil caso o compromisso não seja cumprido.

O que dizem os envolvidos?

Sindicato

O Sindicato alegou que:

“Informamos que, há mais de três meses, as empresas têm atrasado o pagamento e os benefícios dos trabalhadores… a situação se tornou insustentável.”

Empresas de transporte

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) reconhece as dificuldades financeiras das operadoras — motivadas, segundo ele, pela evasão de receita com o sistema BRT e concorrência de aplicativos e mototáxis clandestinas —, e afirmou que o vale dos trabalhadores seria creditado até 24/10.

Impacto e orientação para os passageiros

A paralisação atingiu fortemente as primeiras partidas da manhã, com estimativa de que cerca de 70% da frota esteve fora de operação nos primeiros dois horas. Para os usuários, a recomendação é planejar a viagem com antecedência e, caso possível, usar transportes alternativos ou cooperativas não envolvidas no movimento. A Emdec lamentou os transtornos causados e reforçou que o transporte público é um serviço essencial.

Conclusão

O protesto dos motoristas expõe fragilidades no sistema de transporte público de Campinas, tanto do ponto de vista operacional quanto financeiro. A ação emergencial da Emdec evitou um colapso total, mas o episódio deixa claro que ajustes são necessários para garantir a estabilidade do serviço nos dias de maior demanda. Acompanhe os desdobramentos dessa paralisação exklusividade aqui na RSC News.

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