Operação Contenção”: milhares de agentes mobilizados para conter o avanço do crime em 26 comunidades da Zona Norte do Rio

Blog Segurança

Na manhã de terça-feira (28/10/2025), as forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro deflagraram a Operação Contenção — uma ofensiva de grande escala que mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares nas regiões dos Complexo do Alemão e Complexo da Penha, visando cumprir cerca de 100 mandados de prisão e mais de 150 mandados de busca e apreensão contra membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV).

O objetivo

De acordo com a corporação, o foco é desarticular lideranças do Comando Vermelho que controlariam territórios nessas comunidades, além de impedir a expansão da facção para outras áreas do Estado. As regiões-alvo compreendem 26 comunidades entre os dois complexos, com histórico de forte domínio do tráfico e de resistência a ações policiais.

Como foi montada a ação

Três frentes de atuação: a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, com apoio de unidades especiais como a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e o Batalhão de Operações Especiais (BOPE).

Uso de viaturas blindadas, helicópteros, drones e veículos especiais para ingresso nas comunidades e suporte logístico.

A operação foi precedida por investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) para mapear os alvos e controlar fuga de foragidos.

Resultados preliminares e impacto

Até o início da tarde, registravam-se 56 presos e ao menos 18 suspeitos mortos, segundo informações oficiais.

A operação provocou alterações na rotina local: várias linhas de ônibus foram desviadas, escolas fecharam e moradores relataram tiros desde o amanhecer.

O combate se deu em meio a barricadas em chamas dentro das comunidades e confronto intenso com armas de grosso calibre.

Por que essa ação importa

Demonstra uma grande mobilização estatal para enfrentar o poder paralelo dentro de áreas urbanas densas, reforçando a mensagem de que o domínio criminoso não será deixado sem resposta.

O uso de tecnologia e efetivo ampliado sinaliza que a segurança pública está entrando em nova fase de ofensiva mais estruturada — com blindados, drones, acesso aéreo e terrestre coordenado.

A visibilidade da operação pode gerar efeito dissuasor às organizações criminosas que operam com certa impunidade em favelas e periferias.

Pontos de atenção

Apesar da legitimidade em combater o crime organizado, há risco elevado de danos colaterais e impactos à população local — moradores relatam medo, imobilização das atividades cotidianas e interrupção de serviços públicos.

A operação ocorre em áreas densamente povoadas e com vulnerabilidade social, o que exige cuidado para garantir legalidade, segurança de civis e integridade humana durante a ação.

O êxito da operação dependerá não apenas das prisões — mas também da continuidade de inteligência, investigação e ação social para estabilizar as comunidades após o confronto.

O que vem a seguir

Nas próximas horas e dias, espera-se que:

A polícia divulgue números finais de presos, armas e drogas apreendidas, além de possíveis foragidos localizados.

Seja instalado acompanhamento para verificar se os mandados cumpridos envolvem as principais lideranças da facção ou operadores-chave no tráfico.

Comunidades locais passem a receber reforço no policiamento, atenção à assistência social e retorno dos serviços públicos para evitar vazio de poder.

A mídia e órgãos de direitos humanos monitorem as condições de operação, para garantir que os procedimentos sigam padrões legais e que não haja vítimas civis não-relacionadas.

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