Louveira, SP — A Câmara Municipal de Louveira deu um passo à frente na modernização: implantou uma plataforma de inteligência artificial batizada de “Vereador Max”, criada para automatizar atividades legislativas e administrativas nos gabinetes dos vereadores.
Como a IA será usada
A ferramenta é capaz de gerar automaticamente projetos de lei, moções, requerimentos e ofícios, com base no Regimento Interno e na Lei Orgânica do município. Também organiza demandas dos cidadãos, resumindo texto de diários oficiais, elaborando relatórios de mandato e monitorando a agenda do vereador.
Segundo a Câmara, a IA “não substitui o assessor nem o vereador — ela devolve tempo para que ambos se dediquem ao que importa: atender melhor a população.” A plataforma funciona tanto em computador quanto em telefone celular.
A Câmara de Louveira já capacitou servidores para usar o sistema: houve palestra e treinamento ministrados pelo jornalista e especialista em IA, Eduardo Sona.
Principais riscos e preocupações
Há riscos éticos e técnicos: sistemas de IA podem introduzir viés, gerar “textos errados” ou informações imprecisas se não houver supervisão humana cuidadosa.
A automação excessiva pode enfraquecer a responsabilidade política: se a IA redigir projetos ou relatórios, quem responde por eventuais erros ou decisões controversas?
A automação excessiva pode enfraquecer a responsabilidade política: se a IA redigir projetos ou relatórios, quem responde por eventuais erros ou decisões controversas?
Questão da transparência: embora a Câmara diga que o sistema respeita a Lei de Acesso à Informação (LAI), é fundamental que o funcionamento e os critérios utilizados pela IA sejam claros e auditáveis.
Também é importante debater regulamentação: no Brasil, não há ainda uma lei nacional consolidada para uso da IA em legislativos municipais — isso exige cautela.
Opinião da RSC News
A inovação é bem-vinda: se bem usada, a IA pode ser uma aliada para reduzir a burocracia, aumentar a produtividade e melhorar o atendimento à população.
Mas não podemos romantizar a tecnologia: é essencial manter a supervisão humana, garantir responsabilidade e transparência.
População de bem merece clareza: os cidadãos devem saber se as proposições legislativas foram geradas por IA, quais decisões são automatizadas e como a ferramenta opera.
Governança é chave: Louveira precisa estabelecer regras internas sobre o uso da IA, com limites claros, métricas de avaliação e compromissos éticos.
