Atualização FGC e Banco Master: o que muda, riscos e como os investidores podem agir

Blog Economia

São Paulo / Brasília — Com a liquidação extrajudicial do Banco Master decretada pelo Banco Central, o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) entrou em cena para ressarcir os investidores elegíveis. Mas, embora o processo tenha sido iniciado, há várias etapas importantes e riscos a serem considerados. A seguir, os pontos principais:

O que o FGC está dizendo + novidades

1. Pagamento de garantias só começa após envio da base de credores

O FGC afirmou que só iniciará o pagamento assim que receber a “base de dados” consolidada pelo liquidante nomeado pelo BC (a EFB Regimes Especiais de Empresas).

Com esses dados, o FGC vai “liberar no aplicativo” a função para que os credores cadastrem sua conta bancária e façam a solicitação formal de pagamento.

Com esses dados, o FGC vai “liberar no aplicativo” a função para que os credores cadastrem sua conta bancária e façam a solicitação formal de pagamento. Não há prazo legal para o início dos pagamentos. Segundo o FGC, em liquidações semelhantes, o primeiro pagamento costuma ocorrer em aproximadamente 30 dias após a base ser enviada.

2. Estimativa de valores e credores

O FGC estima que 1,6 milhão de pessoas ou empresas tenham créditos elegíveis para ressarcimento no caso Master. O valor total dessas garantias está estimado em R$ 41 bilhões. Para cobrir isso, o FGC diz ter recursos suficientes: em setembro de 2025, tinha R$ 160 bilhões de patrimônio, dos quais R$ 122 bilhões em caixa.

3. Limites de cobertura mantidos

Quem tem valores no Master (CDB, poupança, LCI, LCA etc) deve baixar o app do FGC (disponível para Android e iOS) para realizar o pedido de ressarcimento.

No app, será necessário registrar uma conta bancária para recebimento e enviar documentos pessoais como RG ou CNH.

O FGC alerta: não existe intermediário autorizado para solicitar esses valores. Não caia em propostas de empresas que cobram taxas para “ajudar” no resgate.

5. Pressão para reforçar o fundo

O resgate recorde de R$ 41 bilhões é, segundo analistas, um desafio significativo para o FGC: representa um volume muito expressivo.

Fontes indicam que pode haver um plano para recomposição do fundo de liquidez nos próximos meses ou no primeiro semestre de 2026, para garantir que ele tenha fôlego para novos casos.

Riscos e preocupações

Tempo de pagamento: mesmo com estimativa de ~30 dias para início, dependendo da complexidade da base de credores, esse prazo pode se estender.

Cobertura limitada: valores acima de R$ 250 mil por pessoa/instituição por banco ficam fora da garantia FGC (ou entram em uma fila separada).

Pressão financeira no FGC: resgate tão alto pode impactar a saúde financeira do fundo, especialmente se houver outras liquidações no futuro.

Pressão financeira no FGC: resgate tão alto pode impactar a saúde financeira do fundo, especialmente se houver outras liquidações no futuro.

Fraudes potenciais: investidores devem evitar intermediários ou “soluções mágicas” para recuperar dinheiro — sempre usar o app oficial do FGC.

Opinião da RSC News

A RSC News vê esse movimento do FGC como fundamental para proteger os pequenos investidores, que muitas vezes são os mais vulneráveis quando um banco quebra.

No entanto, é preocupante que uma falência de grande porte como a do Master pressione tanto o FGC — isso pode colocar em risco custódias futuras e aumentar o risco moral se bancos assumirem que sempre serão salvos.

Para a população de bem e para investidores conservadores, é uma lição: mesmo em aplicações seguras, há riscos — e é essencial diversificar e conhecer bem os limites de garantia.

E também um alerta institucional: é hora de discutir políticas mais rigorosas para prevenção de bolhas bancárias arriscadas, governança interna e fiscalização regulatória, para evitar que novos “Master” apareçam.

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